Projeto Infiltrado (Desde abril de 2007)

Será que um Projeto considerado perfeito, acima da Lei e corrupto, já não conta com infiltrações em seu âmago? Ou há um plano de comentar bastidores e posições dos que arquitetam essas manobras, sem filtros e de forma crítica? Pode ser que haja um esquema pronto para infiltrar nesses sindicatos negros e trazer a público o que muitos não sabem por acontecer nesses bastidores. Ao descobrir o significado do Projeto Infiltrado, você pode colaborar para sua própria execução.


segunda-feira, 21 de maio de 2007

Cerrado adentro no rastro dos traficantes de animais e de plantas silvestres

Fotos: Mateus Parreiras








(Serra de Ouro Branco; Canela-de-ema)

Fazia dois anos que cobria cidades e sempre havia aquelas operações de apreensão de animais e de plantas por perto. Pois bem, queria saber para onde todos aqueles bichos estavam indo. E mais, achava que ninguém dava a devida atenção para o assunto. As pessoas não faziam noção, sabiam, mas não sentiam, a crueldade a qual os bichos eram submetidos para cantar dentro das suas gaiolas.

Paralelamente às minhas matérias do dia, comecei a investigar e descobri que uma grande parte dos bichos estava sendo levada para do fora do país. Foi matéria muito trabalhosa. Primeiro a parte do campo, que demandou boas caminhadas (foi bom porque tinha muito tempo que não me metia no mato e estava com saudades disso). Depois os contatos com polícias e autoridades em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo, às vésperas do Carnaval.

A parte de campo dessa matéria foi feita num só dia! Choveu bastante e a Blazer da PM atolou na estrada várias vezes. Numa delas tivemos de subir sobre a traseira para pesar sobre a roda de tração. Ficamos pulando enquanto o carro patinava manso, de um lado para o outro. Foi muito bom porque deu para trabalhar junto com o repórter fotográfico Eugênio Morais, um dos profissionais que mais gosto. Tive muita sorte também por causa dos policiais que me ajudaram e com quem mantenho contato até hoje. Abraço tenente Protásio, cabo Muk e todo mundo ai de Lafaiete!

BELEZA NATURAL ROUBADA

(HOJE EM DIA - 04/03/2007)

Mateus Parreiras

REPÓRTER

O canto das aves e a beleza e cores selvagens das flores mineiras estão sendo arrancados dos parques e matas do Estado para ganhar um mercado negro crescente com ramificações no exterior. Segundo a Polícia Militar do Meio Ambiente de São Paulo, nas feiras e criatórios clandestinos paulistas, 80% dos 32 mil animais apreendidos em 2006 são provenientes das rotas Minas Gerais/Bahia. Chegando lá - e também em conexões fluminenses -, depois de longa viagem em condições cruéis, espécimes raras e ameaçadas de extinção, como sagüis, jaguatiricas, papa-capins e papagaios, tomam novo rumo. As espécies, de acordo com o Ibama, têm compradores certos no Cone Sul (Argentina, Uruguai e Paraguai), Europa, Estados Unidos e Ásia.

Os policiais informam ainda que pouco mais da metade dos animais mineiros traficados, nativos do Cerrado e da Mata Atlântica, não saem do Brasil. Abastecem um mercado local e interestadual, principalmente em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Negócio que ocupa a terceira posição nacional no crime organizado. Com uma arrecadação anual estimada, no ano de 2001, em US$ 1,5 bilhão, o tráfico de animais só perde para o de entorpecentes, que fatura perto de US$ 20 bilhões, e o de armas, com soma superior a US$ 10 bilhões. Não obstante, de acordo ainda com os policiais, as três modalidades criminais se interligam em uma perigosa e intrincada rede de conexões e contatos, que financia as demais atividades criminosas que assolam o país.

No rastro deste tráfico bilionário, que ainda não sensibilizou a sociedade para seu real perigo, a reportagem do HOJE EM DIA levantou todas as etapas a que se destinam pássaros, mamíferos, peixes, répteis e flores mineiras. Desde o coração das florestas, nos parques e áreas particulares, onde os espécimes são capturados, passando pelo transporte agressivo e vil, os mercados nos grandes centros e seu embarque para outros países, onde se tornaram adornos curiosos ou mascotes exóticos.

Tudo começa na análise de especialistas, com o desejo nacional por manter cativo um bicho silvestre em sua residência. Para a coordenadora de projetos da ONG Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), a médica veterinária Ângela Maria Branco, a onda de Pet Shops e a mídia abrandaram o crime. «Criou-se uma cultura de que ter um espécime da fauna silvestre é bonito, está na moda. Dos animais capturados no Brasil, 60% abastecem o mercado local e 40% seguem para o exterior», calcula. Avaliação semelhante tem o diretor do Núcleo de Fauna do Ibama, Daniel Vieira. «Começa dentro da sociedade. Cerca de 10% das residências mineiras têm um exemplar da fauna silvestre», estima.

A colaboração mineira neste tráfico é ainda maior quando se soma aos cerca de 25.600 animais apreendidos em 2006 pela polícia paulista, oriundos do eixo Minas/Bahia, aos 22 mil espécimes encontrados no mesmo período dentro de Minas Gerais. Números que fazem o Ibama aguardar um recorde de apreensões em relação a 2005 e 2004, quando foram registrados, respectivamente, 21.529 e 20.817 exemplares da fauna silvestre capturados ilegalmente. «Não há como saber se este aumento se deve ao aumento na repressão ou se ao crescimento da pressão dos traficantes sobre a fauna», pondera o diretor do Ibama. A Polícia Militar do Meio Ambiente do Rio de Janeiro informou não ter levantamentos sobre a proveniência dos animais apreendidos em seu território.

O resultado não poderia ser mais violento para o meio ambiente. «Quem captura está na mata. Na época de reprodução, atrás de ninhos, ovos e armando armadilhas. A perda de indivíduos diminui a diversidade genética e enfraquece a população. Tráfico e destruição do habitat levam à extinção e à descaracterização do ecossistema», aponta a gerente do Renctas.

Vale do Paraopeba concentra captura

Minas Gerais é uma grande fonte para a captura de animais, principalmente no corredor da Serra do Mar, e rota vital para que espécimes nordestinos cheguem ao mercado negro, descreve a gerente do Renctas, Ângela Branco. A região onde há maior número de apreensões, de acordo com o Departamento de Meio Ambiente e Trânsito (Dmat) da PM é o Vale do Paraopeba, que compreende cidades como Barbacena, Conselheiro Lafaiete, Congonhas do Campo e Entre Rios de Minas. «A captura da fauna e a caça são mais preocupantes no Vale do Paraopeba, e também muito expressivas na área de Patos de Minas e Vale do Jequitinhonha», afirma o comandante do Dmat, coronel Reinaldo Martins.

Segundo a chefe da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph) da Polícia Federal, os animais raros costumam seguir para a Europa, via aeroportos. «Não há ainda um sistema eficaz para detectar os espécimes nas bagagens. A repressão é ainda intuitiva, contra pessoas conhecidas no ramo e que continuam soltas devido às penas brandas, de seis meses a 1 ano. Quem atua mais neste tráfico são europeus, que querem bichos exóticos como aranhas e cobras. E também os biopiratas, que lucram fortunas com pesquisas para indústria química e farmacêutica», afirma a policial.

Bichos fora da lista de extinção não estão livres de ser caçados. São apreciados no mercado clandestino sul-americano. «Depois de chegar no Sudeste, muitos são levados para a Argentina, Uruguai e Paraguai. Ao serem apreendidos lá, não são identificados como brasileiros», afirma o diretor do Ibama, Daniel Vieira.

No meio da mata, uma armadilha

ENTRE RIOS DE MINAS - Quem circula por feiras e mercados dos grandes centros. Passa por corredores repletos de gaiolas, onde pássaros coloridos cantam misturando suas melodias, não imagina a brutalidade pela qual muitos destes espécimes passaram. Mesmo quando a polícia exibe pela mídia as apreensões, é difícil pensar na distância entre a mata, onde a ave vive, e o comércio clandestino. Ou mesmo no sofrimento da captura e transporte, em recipientes impróprios e cruéis. Cenários que não aparecem, em toda extensão, à sociedade, que ao adquirir seu mascote, alimenta um tráfico perigoso e disfarça o comércio clandestino internacional.

Para mostrar como agem os traficantes, a reportagem do HOJE EM DIA percorreu 410 quilômetros do Alto Paraopeba, em parques e matas. Região que é considerada pelo Departamento de Meio Ambiente e Trânsito (Dmat) da Polícia Militar de Minas Gerais como a mais crítica quanto à captura de animais. A reportagem acompanhou a fiscalização do 4º pelotão da 13ª Companhia Independente, sediada em Lafaiete e responsável por 23 municípios.

O trabalho dos oito policiais começa cedo, por volta de 7 horas. Duas viaturas são designadas para patrulhas florestais em regiões determinadas pelo serviço de inteligência. «Cruzamos os dados de regiões onde sabemos de atividades de captura com as denúncias. Percorremos, às vezes, 130 quilômetros entre um destino e outro», conta o comandante da operação, tenente Carlos Alberto Protásio.

O primeiro destino é o Parque da Cachoeira do Gordo, em Entre Rio de Minas. São 150 quilômetros da sede do pelotão, em Congonhas do Campo. «O parque é muito freqüentado nas férias por banhistas. Traficantes aproveitam para se misturar. Fora dos recessos sua ação é mais clara», conta o tenente Protásio.

Passados 80 quilômetros depois de Congonhas, por São Brás do Suaçuí, os carros da polícia chegam a Entre Rios e tomam uma estrada apertada de chão vermelho. Os carros avançam, desviando de erosões e passando por trechos de lama escorregadia. Pequenos povoados com currais velhos e capelas de madeira passam rapidamente enquanto os veículos penetram mata adentro. As nuvens pesadas ameaçavam chover.

Percorridos os últimos quilômetros, a proximidade com o turbilhão d’água da Cachoeira do Gordo é percebida pelo ruído das corredeiras. Aos pés delas, ao largo do poço natural, uma grande área descampada, cercada de mata fechada de Cerrado exibe vestígios da ocupação dos traficantes. Sob uma árvore frondosa, o esqueleto de varas de bambu e a fogueira de carvão recente de um acampamento abandonado revelam que os caçadores estiveram no local. Os policiais se espalham. Em uma moita de capim à beira do lago, uma armadilha feita com três garrafas pet amarradas é encontrada.

«Os caçadores acoplam chumbadas e anzóis em linhas a cada uma das garrafas, para que os peixes mordam a isca e não consigam afundar. Também usam as garrafas para esticar redes. Colocam um jogo de garrafas em cada ponta que fica na superfície da malha e chumbos nas partes que ficam no fundo», conta o sargento Antônio José da Silveira.


Pássaros somem de Ouro Branco

ENTRE RIOS DE MINAS - A pesca com a rede na Cachoeira do Gordo inflige a época da piracema - reprodução dos peixes, entre primeiro de novembro e 15 de março; a distância de 1 mil metros das cabeceiras e desembocaduras de cachoeiras para a atividade; e o uso de tarrafas e redes de malha fina. «Os caçadores armam acampamento na beira do rio para pescar. Colocam redes nas proximidades da queda d’água. Depois usam as margens do curso d’água, dentro da mata, para armar armadilhas para os pássaros. Outros aproveitam para colher bromélias e orquídeas na floresta», afirma o tenente Carlos Alberto Protásio.

A patrulha no interior do parque segue por trilhas que mal comportam um homem por vez. Mato, raízes, pedras e árvores dificultam o avanço. Uma chuva fina e fria começa a cair. Mais de 40 minutos de caminhada e os primeiros rastros das armadilhas: descampados abertos no mato, restos de carvão em lajes de pedras negras, pequenas árvores cortadas para a montagem de arapucas. «Os caçadores de passarinho usam pássaros como chamas - animal que atrai um de sua espécie. Perto da chama, armam a arapuca, colocando comida no interior. O bicho entra, desarma a armadilha e fica preso», conta o cabo Alcides dos Santos.

À frente, mais sinais de atividade predatória, apesar da distância de quilômetros até o próximo povoado. Latas de cerveja, garrafas de refrigerante, embalagens de alimentos e sacolas plásticas se destacam do verde. No topo de uma das colinas, por um caminho tortuoso depois da cachoeira, centenas de bromélias enfeitavam galhos brancos e cinzentos de árvores emaranhadas entre cipós e musgo. Também lá, marcas do extrativismo ilegal.

Algumas das árvores apresentavam galhos inteiros cortados. «Os traficantes serram a árvore com a bromélia ou orquídea junto para vender como enfeite. Sai mais caro. Mas isso não os impede de arracá-las de pedras e do solo», salienta o tenente Protásio.

Vez por outra a tropa cruza com lagartos, pássaros-pretos, siriemas e bem-te-vis. As aves mais visados pelos traficantes são o trinca-ferro, papa-capim, chapinha, pintasilgo, pássaro-preto, coleiro, azulão, tico-tico, arara e papagaio. No município vizinho, Ouro Branco, as capturas feitas por caçadores e colecionadores tornaram as espécies raras. Hoje, na Serra de Ouro Branco é difícil ouvir cantos antes comuns e aves sobrevoando a mata de cerrado.

O cabo Muck é testemunha da desolação. «Antes dava para vê-los soltos e ouvir os cantos. Como o do trinca-ferro. O pio forte começa de dentro e depois varia duas vezes, assim - assobia. Quando acasalam, emendam o canto - demonstra de novo».

Transporte cruel, 70% não sobrevivem

OURO BRANCO - O destino dos animais levados das matas é quase sempre a casa de um criador clandestino, que mantém viveiros em seus quintais, onde os pássaros acabam aglomerados sem muito espaço. A reportagem do HOJE EM DIA acompanhou o cumprimento de mandados de busca e apreensão, frutos de denúncias anônimas em Ouro Branco, onde os pássaros estão cada vez mais raros na natureza. Em uma das batidas, na Rua Morro do Brejo, um vigilante mantinha, em 15 gaiolas, 23 pássaros. Eram 12 papa-capins, três pássaros pretos, dois tico-ticos-rei, dois azulões, dois pintassilgos, um trinca-ferro e um canário da terra. A multa do Ibama, de R$ 500 por exemplar, somou R$ 11.500.

Na casa, os policiais encontraram ainda uma carregadeira, usada para transferir aves de gaiola para gaiola ou para removê-las das armadilhas. Apesar de haver muita ração para os pássaros, eles estavam em gaiolas muito pequenas, com cabeças, asas e patas feridas. «Ainda estão bravios. Por isso se debatem e machucam», observa o tenente Carlos Alberto Protásio. O proprietário, vigilante José Moreira Alves, 51 anos, disse ter capturado as aves no quintal. «Não sabia que não podia. Sou da roça. Sempre prendi passarinhos», justificou. Explicação que não convenceu muito os policiais, principalmente pelo fato de haver gaiolas com pássaros escondidas em armários e debaixo das camas.

Pela avaliação dos policiais, a maioria dos pássaros pode ser vendida de R$ 50 a R$ 300. Um trica-ferro valeria entre R$ 500 e R$ 10 mil. Principalmente quando chegam às feiras paulistas, fluminenses e belo-horizontinas. De acordo com o inspetor Aristides Amaral Júnior, da Polícia Rodoviária Federal, a maioria dos carros e destinos de ônibus apreendidos com grande quantidade de pássaros é São Paulo.

«Eles vêm pela BR-135, por Montes Claros, BR-116, próximo a Teófilo Otoni e a BR-381 que leva à São Paulo. Os pontos de vendas nas estradas são postos de gasolina e beira de rodovia mesmo. Caminhoneiros ou compradores adquirem papagaios, micos e outros animais», afirma.

O transporte dos bichos é cruel. «Os intermediários dopam os bichos com remédios e os colocam dentro de tubos de PVC tampados e com furos para respirar. Espremem em gaiolas ou caixas e colocam dentro de malas de couro ou de viagem. Teve até caso de colocarem dentro de uma caminhão, debaixo de uma lona molhada para ficarem quietos», descreve o comandante da Polícia Militar Ambiental mineira, coronel Reinaldo Martins.

A mortalidade quando chegam ao receptador em São Paulo, por exemplo, é de 70% dos animais, estima o porta-voz da Polícia Militar Ambiental de São Paulo, tenente Marcelo Robis Francisco Nassaro. «Eles ficam juntos e transmitem doenças, por isso não podem ser soltos logo. A maioria é vendida de boca em boca e fica nas casas dos vendedores. Há poucos nas «feiras de rolo» dos bairros», afirma.

Orquídea rara por R$ 3

Eles passam desapercebidos. Nas feiras de bairros e mercados, se disfarçam entre produtores que cultivam bromélias, orquídeas e plantas ornamentais com permissão do Ibama. São contratados a baixos preços por atravessadores para vender exemplares da flora silvestre extraídos de parques da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e cidades próximas. A reportagem do HOJE EM DIA foi a uma destas feiras, negociou com os clandestinos, na tradicional Feira das Flores da Avenida Bernardo Monteiro, e descobriu a proveniência da flor: o Vale do Alto Paraopeba.

Em meio ao movimento de donas de casa e trabalhadores passantes olhando vasos para decorar a casa ou buquês para presentear, um dos vendedores ilegais tinha, sobre um caixote de madeira, uma caixa de papelão para acondicionar ovos repleta de pequenas orquídeas de flores rosadas. Nenhuma delas estava plantada em recipientes ou xaxins cultivados.

O homem que as vendia exalava um cheiro forte de álcool quando conversava. Não parecia inibido pela atividade que desempenhava e, ao contrário dos demais produtores, chamava clientes para seu «produto». «Uma é três (R$ 3) e duas é cinco (R$ 5) (sic)», dizia. Perguntado sobre a origem das pequenas flores, disse sem maior embaraço: «vêm de Congonhas do Campo». Segundo o botânico e professor da Universidade Federal de Viçosa, Cláudio Coelho de Paula, o exemplar se trata de uma rara Laelia mantiqueirae Pabst. «A planta é encontrada somente em Minas Gerais, em montanhas de altitudes moderadas», informa o especialista.

Segundo o tenente Écio Antônio Belo, comandante da 7ª Companhia de Meio Ambiente e Trânsito da PM, a maior das vendas clandestinas em Belo Horizonte é feita por ambulantes. «Raramente floriculturas. Muitas flores saem do Parque do Rola Moça, Serra do Cipó e Região de Nova União», afirma. «Eles estocam as plantas em quartos de hotéis próximos da rodoviária ou em veículos. Pegam uma caixinha e vendem para donas de casa, na rua mesmo, perto do Mercado Central Já prendemos comerciantes de lá coletando bromélias em matas, mas não temos feito apreensões dentro do Mercado Central».

9 comentários:

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PROJETO INFILTRADO

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Repórter do jornal Hoje em Dia, o jornalista Mateus Parreiras cobre o dia a dia do estado no caderno Minas (cidades) e produz também reportagens especiais. Formado em 2004 pelo UNI-BH, e desde setembro daquele ano no Hoje em Dia, o jornalista já conquistou o I Prêmio de Jornalismo de Interesse Público 2007 do Sindicato dos Jornalistas de MG, o Prêmio Crea-MG 2006, Volvo 2006 e foi três vezes finalista do Prêmio Embratel, em 2005, 2006 e 2008.

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