Projeto Infiltrado (Desde abril de 2007)

Será que um Projeto considerado perfeito, acima da Lei e corrupto, já não conta com infiltrações em seu âmago? Ou há um plano de comentar bastidores e posições dos que arquitetam essas manobras, sem filtros e de forma crítica? Pode ser que haja um esquema pronto para infiltrar nesses sindicatos negros e trazer a público o que muitos não sabem por acontecer nesses bastidores. Ao descobrir o significado do Projeto Infiltrado, você pode colaborar para sua própria execução.


domingo, 30 de agosto de 2009

Água suja sobre as cabeças



















Para não dizerem que o blog só mostra ações erradas dos serviços públicos, eis ai exemplos de falta de educação e cidadania cometidas por cidadãos. Varandas terem lugar para escoar a água das chuvas serve para que elas não se acumulem e abalem a estrutura. Aproveitar disso para lavar com mangueira e sabão, e jogar essa água na calçada, na cabeça dos pedestres, isso é falta de educação. Ontem, na Rua Padre Rolim co Francisco Sales, no Santa Efigênia, os pedestres reclamavam da limpeza desleixada (ou omissa mesmo) de um desses espaços. A água branca escoava do alto espirrando para todos os lados em quem passava.

É infração ao capítulo III, artigo 30 do Código de Posturas do município, uma vez que a água suja é considerada lixo e não pode ser despejada em logradouro público. Se flagrado, o responsável é notificado. Se repetir o ato, leva multa que dobra a cada nova autuação. Vamos deixar de preguiça e colocar o pano úmido no rodo!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Festival de Tiradentes é charmoso, mas ainda sem estrutura para o grande público


Grupo trazido pela Bohemia alegrou a tarde
nas ruas, mas a estrutura deixou a desejar

Ainda falta muito para que o Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes, na cidadezinha que fica a 200 quilômetros de Belo Horizonte, possa emplacar de vez no rol dos circuitos nacionais mais badalados. Os investimentos ali ainda são bem tímidos e superficiais. Tudo se resume à disposição dos patrocinadores. Sem estímulos de vulto à cultura , como os que vemos em outras modalidades, o evento perde em qualidade e apelo turístico.

Começa pela confusão no tráfego de automóveis. Gente estaciona nos dois lados de vias que são mãos-duplas e deveriam ser de apenas um sentido. O que teve de carro esbarrando em outro, retrovisor dependurado e gente que dirigiu por mais de 6 horas, para depois ficar no acelera e freia das ruelas apertadas, não foi brincadeira.

Ah! Que crítica maldosa! Tiradentes é uma cidade histórica! As vias são apertadas mesmo e não podem (nem devem) mudar, não é? Mas, por que não se amplia o perímetro central onde não podem circular veículos e se destina certas vias a servir apenas como ruas de um só sentido? Isso dá para fazer, pois era só sair do epicentro das comemorações que se podia trafegar livremente. Melhor ainda para os pedestres percorrerem bares e andarem nas charretes cor-de-rosa. Faltam também mesas nas praças e nas villes abertas em espaços públicos para acomodar mais gente e produzir menos filas nos espaços principais.

O esgoto é um problema seríssimo e não, não, não e não combina com evento gastronômico. Tem um riachozinho que corta a cidade em vários pontos e exala um mau cheiro horroroso, pior do que em certos mangues na chegada do Rio de Janeiro. Me fez lembrar até de um curso d'água que existe na Vila São José, em Belo Horizonte, que os moradores da favela apelidaram “Rio Bostinha”. Pois é. O Rio Bostinha de Tiradentes embrulhava estômagos dispostos nos restaurantes e bares à sua beira.

Não foram poucos os casais que fizeram lindos pratos e seguiram sorridentes para o romântico quintal da casa para assentar à beira do córrego barrado em pedras e pontes coloniais. Chegando lá, os narizes logo ardiam e o romance ia por água abaixo.

Para piorar, faltava um convênio com o Senac, Divina Providência, sei lá. Qualquer uma das várias entidades que preparam mão-de-obra e empresários donos de restaurantes. Fui em vários deles e uma porção de pequenos detalhes importunava os turistas ávidos por experimentar os quitutes.

Em tempos de gripe suína, pegadores de saladas eram usados por centenas e depois dispostos por sobre as folhas e legumes, decorados por brilhantes impressões digitais. No box da cerveja Bohemia, onde se degustava quatro tipos da bebida e se aprendia sobre sua fabricação, os visitantes eram encorajados pelos expositores a meterem a mão em potes com cevada para comerem do grão, um seguido do outro. Fora os gemidos. “Ais” e “uis” de dor de quem queimava os dedos nos cabos quentes das colheres esquecidas nas panelas que dormiam sobre os fornos a lenha.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Soluções para a invasão de flanelinhas

Um dos temas centrais debatidos pela 3ª Conferência Municipal de Políticas Urbanas, em Belo Horizonte, foi a situação dos flanelinhas. Eles foram duramente criticados pela Prefeitura e representantes dos setores imobiliário e comerciantes. Além da extorsão que muitos deles praticam contra os motoristas, foram ainda acusados de reduzir a arrecadação do estacionamento rotativo, pois inserem o cartão nos carros quando os ficais chegam. Isso impede a rotatividade nas vagas, o que é ruim para os comerciantes já que desestimula a vinda de fregueses para uma área onde nunca dá para estacionar se não entrar no esquema.

Sem contar a abordagem truculenta de alguns. Intimidam condutores em troca de dinheiro para vigiar seus carros. Outros que fingem ser esse tipo de trabalhador para traficar drogas e cometer crimes. Eles se escondem sob o disfarce de lavadores de carros, uma atividade que é permitida pela mesma prefeitura que deu guarida aos contrabandistas em camelódromos.

Nesse sentido, observei duas políticas muito interessantes e que poderiam ajudar a resolver o problema dos flanelinhas, guardadores de carros, lavadores de automóveis, escondedores de drogas e produtos furtados em bueiros, achacadores e afins. A primeira ideia é bem simples. Nosso secretário de Políticas Urbanas, Murilo Valadares, disse que a atividade dos flanelinhas não é criminosa, porque não é considerada assim pela Lei. No meu intender, a ação dos flanelinhas seria, então, no mínimo, ilegal. Explico. Eles estão nas vias públicas, onde oferecem limpeza de automóveis, sendo extremamente territorialistas. A atividade não paga impostos, não tem alvará, licença ambiental, estudo de impactos ou de viabilidade. Por tanto, o mínimo que deveria ocorrer é uma concorrência pública para as áreas onde eles atuam.

Os trechos seriam licitados e, aquele que oferecer um serviço com menor impacto, cobrar menos à população e pagar os tributos devidos, pode ficar nas ruas, tranquilamente. A vantagem é que os vencedores da licitação se transformariam nos próprios fiscais da atividade e das ruas, como um comerciante regular. Se achacar alguém e for denunciado, perde seu direito e outro entra no seu lugar. O contrato deveria ter uma rotatividade mínima. Digamos de uns 4 anos.

Outra solução pode ser uma medida adotada no centro da cidade de Pedro Leopoldo, aqui na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Lá a prefeitura instalou parquímetros eletrônicos. Só que são agentes da prefeitura nas ruas, dentro do perímetro das vagas, quem vendem as chaves com créditos em horas ou minutos. Dessa forma, os flanelinhas desapareceram. A administração do município passou a receber um incremento de verbas mais do que suficiente para financiar os agentes nas ruas.

Muito radical? Que seja então feito concurso ou licitação entre os flanelinhas para que eles vendam o tal lacre. Não vejo sentido numa reserva de mercado para mão-de-obra desqualificada.

Contatos

projetoinfiltrado@gmail.com

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PROJETO INFILTRADO

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Repórter do jornal Hoje em Dia, o jornalista Mateus Parreiras cobre o dia a dia do estado no caderno Minas (cidades) e produz também reportagens especiais. Formado em 2004 pelo UNI-BH, e desde setembro daquele ano no Hoje em Dia, o jornalista já conquistou o I Prêmio de Jornalismo de Interesse Público 2007 do Sindicato dos Jornalistas de MG, o Prêmio Crea-MG 2006, Volvo 2006 e foi três vezes finalista do Prêmio Embratel, em 2005, 2006 e 2008.

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